domingo, 5 de fevereiro de 2012

Mensagem à comunidade universitária

Quem conhece a situação cotidiana da UNIR é tomado por dois sentimentos antagônicos: desânimo e desafio. O desânimo é provocado pela quantidade de problemas que se acumularam nos últimos anos, por conta de administrações desastrosas. Para qualquer área que se lance o olhar, o que se enxerga são dificuldades imbricadas umas nas outras, a tal ponto que se pode duvidar de soluções.
O desânimo tem suas âncoras no passado, alimenta-se da desilusão que se abateu na comunidade acadêmica até o momento em que foi dado um basta, representado por uma greve que envolveu toda a sociedade rondoniense. Pela primeira vez, de modo tão participativo, os cidadãos e cidadãs do Estado se deram conta de que a Universidade Federal de Rondônia existe e é de todos nós.
Com a vitória na greve, nasceu o segundo sentimento: o desafio de juntar as forças internas e externas comprometidas com o ensino público, gratuito, de qualidade e socialmente referenciado. O desafio de refazer o caminho da UNIR, de iluminar o futuro, amparados na maior força que a Universidade tem: a excelência das pessoas que nela trabalham e estudam.
Unir a UNIR, reconstruir a UNIR e consolidar a UNIR são, a nosso ver, os três desafios impostos pela urgência. Aceitamos liderar este processo, colocando nosso nome à apreciação da comunidade universitária como candidata a Reitora, porque acreditamos que a maioria dos professores, estudantes e servidores tem clareza da missão institucional.
Nossa indicação como candidata a Reitora foi resultado de debates e discussões no âmbito do Fórum Permanente em Defesa da UNIR, nascido do movimento de greve, e que congrega os segmentos universitários. Ser referendada democraticamente pelo Fórum era condição indispensável para apresentar nossa candidatura. Por formação profissional e por convicções pessoais aprendemos a respeitar as decisões colegiadas.
Nenhum ser humano é uma ilha, nos ensinou o poeta. Nenhum ser humano sozinho resolve os problemas sociais, ensinou-nos a teoria e a prática. Somente o conjunto da sociedade, as diferentes vozes, o diálogo permanente de ideias e opiniões, a força de cada um e de todos pode construir o porvir.
Neste momento, convidamos os professores, estudantes e servidores a participar desta construção conosco. Pedimos o seu voto em nosso nome, com o compromisso de resgatar o orgulho de estudar e trabalhar na UNIR.    
Berenice Tourinho

2 comentários:

  1. Aqui no "campus" de Cacoal vivemos a denominada DITADURA ACADÊMICA, principalmente acadêmicos(as) do curso de Direito. Além de conviver com o DESAFIO da falta de estrutura (por exemplo: quadro de professores insuficiente, instalação elétrica precária, biblioteca desatualizada, monopolização da cantina, falta de urbanização nos arredores da faculdade etc), também temos o DESAFIO de concluir o curso, conseguir a aprovação, sem ter sido "investigado pela polícia federal". Digo isto porque qualquer forma de manifestação em prol de uma universidade melhor, aqui, é tapada com a falsa desculpa de "ordem e disciplina", "ética e moral". Ser contrário a toda esta hipocrisia é se arriscar demais por aqui. Todo o momento somos lembrados dos nossos deveres, os quais cumprimos com presteza a fim de ao menos ter alguns de nossos direitos respeitados. Mas isso não acontece por aqui! ESTAMOS EXPOSTOS AOS ATOS ARBITRÁRIOS DE MANDACHUVAS! Estes, não se importam com a NOSSA OPINIÃO, tão pouco com reivindicações. Sem união, sem força e sem organização, a maioria dos acadêmicos(as) tem somente o objetivo de sair daqui com o diploma na mão, sem "arranjar confusão", e isso já está de bom tamanho. Afinal de contas, "não vale a pena se arriscar demais, né?!"; e, é óbvio, que também não assumem esses "probleminhas ditatoriais" que enfrentamos, visto que ninguém vai querer que o seu caso vá parar na "polícia federal"! Sei que os problemas de estrutura dos outros "campi" são bem piores do que os que enfrentamos aqui. Porém, já está insuportável conviver com o desrespeito aos nossos direitos, principalmente a liberdade de expressão e a integridade moral (quiçá física). O GRITO DA MINORIA não tem surtido efeitos. O QUE "TOMA CONTA" POR AQUI É O DESÂNIMO!

    Abraços,
    Magda Benites
    Acadêmica do 5º período do curso de Direito

    ResponderExcluir
  2. Magda, entendemos seu desânimo e esperamos poder contribuir para torná-lo menor. Esperemos, caso seja possível a eleição para à Reitoria, reforçar e respeitar as decisões dos colegiados e dos Conselhos, devolvendo à UNIR, ao caminho de uma Universidade democrática e participava.
    Profa. Berenice Tourinho

    ResponderExcluir